SMOLENSK, Rússia (Reuters) - O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, o presidente do banco central e o comandante militar do país morreram neste sábado, quando o avião em que estavam caiu em meio a uma densa neblina quando se aproximava de um aeroporto na Rússia.
O acidente vitimou, ao todo, 96 pessoas. Não há sobreviventes.
A morte de Kaczynski, que ao lado de seu irmão era uma força dominante da política polonesa, traz incerteza política. A eleição presidencial, marcada para outubro, agora precisa ser feita dentro de dois meses, segundo a Constituição.
A primeira-dama e muitos outros funcionários de alto escalão do governo também estavam a bordo do antigo Tupolev Tu-154 que caiu em uma floresta a cerca de dois quilômetros do aeroporto da cidade russa de Smolensk.
É possível que o acidente tenha sido causado por erro do piloto, disse Andrei Yevseyenkov, porta-voz do governo local de Smolensk. Oficiais locais disseram que o avião atingiu o topo de árvores durante a queda.
"As consequências políticas serão duradouras, e isso possivelmente vai mudar todo o cenário futuro da política polonesa", disse Jacek Wasilewski, professor da Escola Superior de Psicologia Social, em Varsóvia.
Kaczynski, de 59 anos, foi aliado do líder do partido Solidariedade, Lech Walesa, e junto com seu irmão fundou o partido Lei e Justiça, de direita. Ele deixou o partido quando se tornou presidente em 2005, mas continuou a apoiá-lo.
Uma fonte do partido disse que o irmão gêmeo do presidente, Jaroslaw Kaczynski, não estava a bordo do avião.
Embora o cargo do presidente seja fundamentalmente simbólico, ele pode vetar leis. Lech Kaczynski enfureceu o governo do primeiro-ministro Donald Tusk muitas vezes ao bloquear projetos de leis, como o que reformava o sistema de saúde do país.
O presidente da câmara baixa do Parlamento, Bronislaw Komorowski, foi nomeado presidente em exercício, como prevê a Constituição. Komorowski também é o candidato presidencial de Tusk pelo partido Plataforma Cívica, de centro.
No avião, que pertencia ao governo polonês e tinha cerca de 20 anos, estava uma delegação de 88 pessoas que viajava para um evento em memória dos assassinatos em massa na cidade de Katyn, sob as ordens do líder soviético Josef Stálin, em 1940.
Entre as vítimas da queda estavam a primeira-dama Maria, o presidente do banco central, Slawomir Skrzypek, no cargo desde 2007, o comandante militar Franciszek Gagor, e o vice-ministro do Exterior, Andrzej Kremer.
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