A demanda das meias garrafas de vinho aumentou, mas aparentemente não por conta do estilo de vida dos solteiros. Há quem pense que os principais pontos de venda as lojas e supermercados, mas os bares, restaurantes e hotéis são uma grande fatia significativa. De acordo, com Rebeca Silva, do marketing da importadora Mistral, as principais vantagens do consumo em embalagens menores é "a versatilidade de harmonizações. Ao pedir meia garrafa em um restaurante um casal pode harmonizar pratos diferentes ao longo de uma refeição, ou ainda pedir um vinho branco para uma determinada entrada e outra meia garrafa para acompanhar o prato principal".
No início dos anos 90, a vida de solteiros, ou singles, como preferem alguns, parecia uma tendência. Produtos, embalagens, moradias, tudo também começava a ser pensado para quem vivia só. Os vinhos também não ficavam muito atrás. Há quem falasse que as meias garrafas seriam uma tendência de consumo para esse novo perfil da população das grandes cidades. Quase duas décadas depois, isso tudo parece ter sido uma meia verdade. Não a tendência propriamente dita, mas a questão dos vinhos.
De fato a oferta e demanda por meias garrafas vem aumentando ano a ano. Segundo Rebeca Silva, os rótulos ofertados em garrafas de 375 ml foram refletindo volume no catálogo da importadora na medida em que a demanda aumentou. Hoje, a empresa apresenta aproximadamente 200 opções de rótulos em meia garrafa. A vinícola Salton, que oferece alguns de seus vinhos também em meia garrafa, registrou sensível aumento dessa demanda. Para Stella Salton, foram quase 220 mil unidades colocadas no mercado em 2008. Além delas, a vinícola oferece ainda as babies, garrafas de 187 ml, ou seja, um quarto da embalagem, que têm recebido uma resposta positiva do consumidor.
Quem compra e o que atrai nas garrafas menores?
Em visitas a algumas lojas especializadas e grandes redes de supermercados, é possível verificar facilmente as diferenças de preços entre garrafas inteiras e meias garrafas. Quando a questão é diferença de preços, não significa necessariamente que é em detrimento das meias garrafas.
Em um dos supermercados, por exemplo, convivem lado a lado em uma prateleira a garrafa inteira e a meia garrafa de um mesmo vinho. Nesse caso, específico, duas garrafas de 375 ml de um vinho português, que somam volume equivalente a uma garrafa inteira de 750 ml, chegam a custar 42% a mais que a garrafa maior. Por outro lado, em outra rede de supermercados, um exemplar chileno de meia garrafa pode ser adquirido por menos da metade da garrafa inteira. Ou seja, levar duas meias garrafas para casa, neste caso, pode ser vantajoso financeiramente (é verdade que é pouca diferença. R$ 0,50 de economia por garrafa). Mas isso não é regra.
Em média, as garrafas menores custam proporcionalmente mais para o consumidor. "A relação custo benefício em volumes maiores é sempre melhor", explica Stella. Além da embalagem, que proporcionalmente tem custo maior em produtos de menor volume, ela lembra ainda que na linha de produção "as embalagens de menor volume exigem cuidados diferenciados¿. Segundo Rebeca Silva, "não há uma regra sobre o quanto deve ser mais cara a meia garrafa. Depende de diversos fatores como tipo de vidro, rolha, volume de produção de meias garrafas pelo produtor, etc".
A evolução do vinho em meias garrafas
Os vinhos em meias garrafas tendem a evoluir com o tempo mais rapidamente que os das embalagens de maior volume. Ao ser questionada sobre isso, Stella Salton aponta que a evolução do vinho em meia garrafa não é um critério de decisão para seus consumidores, "mesmo porque a rotatividade do produto é grande. Os vinhos de meia garrafa são mais adequados para o consumo do dia a dia". De qualquer forma, é bom lembrar que se a evolução do vinho é mais acelerada no caso das meias garrafas, a queda depois de seu apogeu também será mais rápida. Portanto, atenção na hora de guardar suas pequenas garrafas, nunca é demais.
Fonte: Terra
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