terça-feira, 13 de julho de 2010

Mordidas de animais podem deixar crianças com cicatrizes emocionais

As mordidas de animais podem fazer com que algumas crianças desenvolvam o transtorno do estresse pós-traumático (PSTD, na sigla em inglês). É o que revela um novo estudo que acompanhou crianças chinesas depois que elas deram entrada na sala de emergência do pronto-socorro por causa de dentadas de animais, que provocam milhões de ferimentos todos os anos.

Pesquisa mostra que o tipo de ferimento não é o único fator que influencia se uma criança terá PSD: o cuidado que a criança recebe depois do acidente também é importante. E mostra a importância de dar atenção ao impacto psicológico que os ferimentos causam nas crianças.

Algumas pessoas sofrem PSTD depois de passar por uma situação que as coloque (ou outras pessoas) em perigo, como um acidente de carro ou uma agressão.

Indivíduos com PTSD geralmente têm sonhos e lembranças perturbadoras que podem interferir na sua vida, explicou Nancy Kassam-Adams, codiretora do Centro de Estresse Traumático do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos.

- Por exemplo, se uma criança passa por um acontecimento traumático na idade em que a maioria delas aprende a ler, ela leva muito mais tempo para se recuperar do que um adulto.

Na pesquisa, Li Ji, um pediatra do Peking Union Medical College Hospital em Pequim, na China, e seus colegas estudaram 358 crianças entre cinco e 17 anos que deram entrada no pronto-socorro depois de ser atacadas por um animal.

A maioria delas tinha mordidas de cachorro, mas algumas tinham sido atacadas por gatos, coelhos, ratos ou porcos da guiné. Dependendo da gravidade, as crianças foram tratadas com vacina contra a raiva, sutura dos ferimentos e antibióticos.

Os pesquisadores também verificaram sintomas de PTSD nas crianças assim que elas chegaram ao pronto-socorro, uma semana e três meses depois.
Depois do exame final, 19 das 358 crianças foram diagnosticadas com PTSD. As que tinham sido hospitalizadas por mordidas graves tinham mais chance de desenvolver o transtorno – foi o que aconteceu com 10 de 38 delas, que o tiveram.

Não houve diferença significativa em relação à frequência com que as mais jovens ou as mais velhas tinham PTSD. Além disso, os meninos e as meninas apresentaram taxas parecidas.

Fonte: R7

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