segunda-feira, 12 de julho de 2010

Transfor e Metrofor: os grandes testes de paciência para o fortalezense

Trânsito caótico na Aguanambi 

Foi na semana passada, a primeira das férias, em que eu me peguei no maior engarrafamento que já presenciei na minha vida de motorista saindo do início da Avenida Dom Manuel até a rotatória da Aguanambi, aqui em Fortaleza. Todo dia faço o trajeto e quando não chove, demoro no máximo 30 minutos para chegar ao destino final. Neste dia, foram quase 50 minutos de para e anda, para e anda, para e anda… Haja paciência! Logo pensei que havia uma batida, um estreitamento de via, qualquer coisa. Mas não. Nada, nadica de nada. Asfalto normal, via livre e motoristas até bem dispostos para dirigir.
Então por que, em pleno mês de férias escolares, tanto carro na rua? É o efeito dos benefícios que chegam e a gente nem se preocupa no que vão resultar. Primeiro, vocês já notaram como cresceu a frota de veículos no Ceará nesses últimos anos? Na contagem do Detran, cerca de 1 milhão e 700
mil unidades. Desse total, 40% só na capital. E com a venda de carros zero com IPI zero, as vendas no setor aumentaram mais de 20%. Somente em março, o último mês do benefício, saíram dos pátios das revendedoras mais de 330 mil veículos em todo o país. É gente motorizada demais para rua de menos!
Somado a esse excesso de frota nas ruas (e sem nem contar a questão ambiental, já que a natureza ainda vai nos cobrar essa conta da emissão de gases tóxicos muito cara lá na frente!), Fortaleza passa simultaneamente por várias intervenções urbanas de larga escala que devem ajudar a cidade a
alcançar os padrões de mobilidade exigidos para se estabelecer como sub-sede na Copa de 2014. Mas as obras do Metrofor e do Transfor estão tirando o sono de motorista e passageiros, porque acontecem muitas vezes de forma desordenada entre si, sobrecarregando o sistema viário em alguns
trechos. O fechamento recente da Rua Padre Cícero e de parte da Avenida José Bastos, no Bairro Rodolfo Teófilo, por exemplo, está causando engarrafamentos nas pequenas Alexandre Baraúna e João Sorongo, duas vias que antes eram secundárias e tranquilas. Agora, de repente, por causa da
construção do Metrofor, elas passam por turbulências diárias e constantes, já que viraram as únicas passagens entre as Avenidas João Pessoa e José Bastos. Para completar, a Rua Professor Costa Mendes também está fechada e o fluxo de veículos, que pela natureza comercial da região sempre foi complicado, ficou muito pior.
As secretarias de infra-estrutura do Governo e da Prefeitura poderiam ter um pouco mais de bom senso e dialogar entre si antes de executar as obras, de sair interditando vias, abrindo asfalto nas ruas. O fortalezense está calejado demais, dirigira na capital tem se tornado cada vez mais um
suplício! É que com tanta reforma (por coincidência, justamente em ano eleitoral!), tem se tornado mais caótico ainda um trânsito que já não é lá esse exemplo todo de organização urbana.

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