sábado, 10 de abril de 2010

Novidade no transplante de fígado no Hospital das Clínicas da UFC

Dentro de 90 dias, mais vidas poderão ser salvas no setor de transplantes do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará. Em breve, o HUWC estará pronto para realizar seu primeiro transplante de fígado do tipo split. O órgão do doador adulto falecido será dividido em dois: 70% do fígado poderão ser transplantados em outro paciente adulto, enquanto os 30% restantes do órgão, referentes a seu seg-mento lateral esquerdo, se destinarão a uma criança que necessite do transplante.

Segundo o Chefe do Serviço de Transplante de Fígado do HUWC, Dr. José Huygens Parente Garcia, é possível realizar a partição do fígado em até 15% dos casos de transplantes de doadores falecidos. O tipo split possibilitará o aumento no número de transplantes de fígado em crianças, pacientes com maior dificuldade em receber doações desse órgão. Em 2009, o HUWC realizou 82 transplantes de fígado.

Para o Huygens, poderia ter havido mais pacientes transplantados, se a nova modalidade já estivesse em operação no hospital. Em 2010, já foram realizados 33 transplantes de fígado no HUWC.

Ainda no segundo semestre de 2010, o HUWC iniciará transplantes de fígado com doadores vivos. A técnica, que já corresponde a 10% dos transplantes de fígado em São Paulo, também possibilita um maior número de transplantes. Segundo Huygens, “o ideal seria que os transplantes fossem feitos somente a partir de doadores falecidos, mas a população em geral ainda não está totalmente sensibilizada pelas campanhas de doação de órgãos. Muitos pacientes ainda morrem na fila de espera por não haver órgão disponível a tempo”, lamenta.

A doação de um órgão pelo paciente vivo só pode acontecer se este for um adulto saudável. “Os exames para aferir a saúde do doador são feitos com toda a segurança, assim como a cirurgia de transplante”, assegura Huygens. Normalmente, são o pai, a mãe e os irmãos da criança que doam parte do fígado para o parente necessitado. Segundo Huygens, a principal vantagem do transplante com o doador vivo é a escolha do momento ideal para a cirurgia.

“O doador não terá, posteriormente, nenhuma complicação. Ele terá uma vida absolutamente normal. É o segmento esquerdo, portanto não-dominante, do fígado que vai de um adulto para uma criança. Além disso, o fígado é o único órgão do corpo humano que se regenera com facilidade”, justifica.

Fonte: Egídio Serpa

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