
Volume e variedade de telefones móveis falsificados crescem com a alta demanda no setor
O design é elegante; as funções, múltiplas e o preço, para lá de convidativo. Porém basta dar uma olhada mais atenta nesses celulares e é possível perceber que as semelhanças com os modelos de marcas famosas logo desaparecem. Criados com a clara intenção de imitar os produtos badalados do momento, os telefones móveis Xing-Ling, como são popularmente conhecidos os produtos falsificados que vêm da China, se multiplicam no comércio informal e são uma pedra no sapato da indústria regular, que movimenta US$ 1 trilhão por ano. A consultoria Gartner calcula que, somente no ano passado, foram colocados no mercado mundial 150 milhões de aparelhos paralelos – ou 12% do volume total de unidades comercializadas, o que representa uma perda de US$ 120 bilhões para o segmento. No entanto, a participação desses produtos no Brasil pode ser ainda maior e chegar a 20%, segundo estimativas da fabricante Nokia. As informações são do jornal Correio Brasiliense deste domingo (4).
O assessor jurídico do Grupo de Proteção à Marca (BPG, sigla em inglês para Brand Protection Group) Luiz Cláudio Garé conta que a falsificação de celulares de marcas importantes é um dos tipos de pirataria que registram aumento mais significativo no país. “No último ano, houve um crescimento exponencial. Oriundos de contrabando, eles entram por portos ou fronteiras”, diz o advogado. Ele explica que a procura cada vez maior por celulares impulsiona o comércio de aparelhos que imitam modelos conhecidos ou mesmo sem marca, também conhecidos como MP7, MP8, MP9 ou até onde alcançar a criatividade numérica de quem os fabrica.
Baixa qualidade
O assessor jurídico do BPG explica que a variedade de funções é outro fator que chama a atenção de quem procura os aparelhos. “Hoje, eles vêm com TV digital, câmera e são desbloqueados. O problema é que a qualidade é infinitamente inferior e não corresponde às especificações divulgadas. Por exemplo, os celulares dizem ter câmeras de 12 megapixels, mas na verdade oferecem apenas 1MP ou 2MP”, alerta Garé, ressaltando que quase a totalidade dos produtos falsificados que entram no país vem da China. “Lá, existe todo um mercado que funciona em função da cópia e que conta com uma tecnologia disponível para realizar essas falsificações em grande volume e de maneira rápida.”
Para o diretor de Relações Governamentais da Nokia, Luiz Cláudio Carneio, as perdas dos fabricantes que atuam no setor são incalculáveis. “Primeiro, temos o problema da imagem da marca. Além disso, a competitividade é desleal, já que temos custos atrelados com importação, homologação e garantia que não são pagos por aqueles que atuam no mercado paralelo”, conta. “Além de não gerar empregos ou receitas com impostos, os falsificados ainda podem desestimular o volume de investimentos em um país, já que a marca perde espaço no mercado e a escala de produção tende a ser reduzida”, conclui Carneio.
Fonte: Jangadeiro Online
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