quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O direito de mudar

No próximo sábado, depois da novela Passione, a Rede Globo exibe o beneficente “Criança Esperança”, totalmente renovado sob a direção de Wolf Maya.
Há um certo inconformismo, no universo da música sertaneja, pelas ausências de Zezé Di Camargo e Luciano, que participaram do programa por 19 edições e das duplas Victor e Leo e Bruno e Marrone, que foram convidados e depois foram “barrados do baile”.
Luan Santana é o único representante da música sertaneja, mesmo assim não vai cantar nenhum dos seus sucessos, mas vai fazer um dueto com Paula Fernandes, cuja canção ainda não está definida.
Wolf Maya estréia na direção do programa adotando uma série de mudanças, visando divulgar apenas o “Criança Esperança” e não o artista.
Até ai tudo bem, até por que todas as mudanças sempre são bem vindas. Se vão ou não funcionar, ai são outros quinhentos.
Lembro-me perfeitamente da década de 80, quando a MPB mandava na programação da televisão brasileira. Gal Costa, Caetano Veloso, Rita Lee, Roberto Carlos, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Maria Bethania, entre outros, eram figurinhas carimbadas, não havia espaço pra ninguém. As duplas sertanejas nem sequer podiam sonhar em participar dos programas de maior audiência.
A coisa começou a mudar quando Chitãozinho e Xororó gravaram “Fio de Cabelo”, que foi sucesso nacional, vendeu mais de 1 milhão de cópias e marcou uma divisão na história da música sertaneja.
Depois veio Zezé Di Camargo e Luciano com um sertanejo mais pop, romântico e moderno e conquistaram o Brasil do Oiapoque ao Chuí. Em seguida Leandro e Leonardo, cujo sucesso “Entre tapas e beijos” quebrou paradigmas e venceu preconceitos.
E a partir de então os representantes da MPB ficaram escanteados, dando espaços para os representantes da música sertaneja, fato que perdura até os dias de hoje.
Wolf Maya tem todo o direito de promover mudanças e experiências no Criança Esperança. Assim como a MPB se manteve firme mesmo sem tantos espaços na TV, a música sertaneja vai continuar com força total. Não é apenas por um programa que o mundo da música sertaneja vai desabar.

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